20090331

Mário Crespo estica a corda...

O homem que um dia exclamou o mais célebre "foda-se" da história da televisão portuguesa, anda a esticar a corda ao fazer todas estas perguntas: "Porque é que o cidadão José Sócrates ainda não foi constituído arguido no processo Freeport?
Porque é que Charles Smith e Manuel Pedro foram constituídos arguidos e José Sócrates não foi?
Como é que, estando o epicentro de todo o caso situado num despacho de aprovação exarado no Ministério de Sócrates, ainda ninguém desse Ministério foi constituído arguido?
Como é que, havendo suspeitas de irregularidades num Ministério tutelado por José Sócrates, ele não está sequer a ser objecto de investigação?
Com que fundamento é que o procurador-geral da República passa atestados públicos de inocência ao primeiro-ministro?
Como é que pode garantir essa inocência se o primeiro-ministro não foi nem está a ser investigado?
Como é possível não ser necessário investigar José Sócrates se as dúvidas se centram em áreas da sua responsabilidade directa?
Como é possível não o investigar face a todos os indícios já conhecidos?
Que pressões estão a ser feitas sobre os magistrados do Ministério Público que trabalham no caso Freeport?
A quem é que o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público se está a referir?
Se, como dizem, o estatuto de arguido protege quem o recebe, porque é José Sócrates não é objecto dessa protecção institucional?
Será que face ao conjunto de elementos insofismáveis e já públicos qualquer outro cidadão não teria já sido constituído arguido?
Haverá duas justiças?
Será que qualquer outro cidadão não estaria já a ser investigado?
Como é que as embaixadas em Lisboa estarão a informar os seus governos sobre o caso Freeport?
O que é que dirão do primeiro-ministro de Portugal?
O que é que dirão da justiça em Portugal?
O que é que estarão a dizer de Portugal?
Que efeito estará tudo isto a ter na respeitabilidade do país?
Que efeitos terá um Primeiro-ministro na situação de José Sócrates no rating de confiança financeira da República Portuguesa?
Quantos pontos a mais de juros é que nos estão a cobrar devido à desconfiança que isto inspira lá fora?
E cá dentro também?
Que efeitos terá um caso como o Freeport na auto-estima dos portugueses?
Quanto é que nos vai custar o caso Freeport?
Será que havia ambiente para serem trocados favores por dinheiros no Ministério que José Sócrates tutelou?
Se não havia, porque é que José Sócrates, como a lei o prevê, não se constitui assistente no processo Freeport para, com o seu conhecimento único dos factos, ajudar o Ministério Público a levar a investigação a bom termo?
Como é que a TVI conseguiu a gravação da conversa sobre o Freeport?
Quem é que no Reino Unido está tão ultrajado e zangado com Sócrates para a divulgar?
E em Portugal, porque é que a Procuradoria-Geral da República ignorou a gravação quando lhe foi apresentada?
E o que é que vai fazer agora que o registo é público?
Porque é que o presidente da República não se pronuncia sobre isto?
Nem convoca o Conselho de Estado?
Como é que, a meio de um processo de investigação jornalística, a ERC se atreve a admoestar a informação da TVI anunciando que a tem sob olho?
Será que José Sócrates entendeu que a imensa vaia que levou no CCB na sexta à noite não foi só por ter feito atrasar meia hora o início da ópera?"
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20090330

Não vi Augusto Santos Silva a assaltar um supermercado, mas vi-o a roubar Portugal

Ainda a propósito da defesa intelectualmente soez do ministro Augusto Santos Silva que quis comparar o assalto a um supermercado ao caso do "assalto" ao Freeport - politicamente falando, tratou-se da emissão em tempo recorde de uma licença de construção em limites de reserva ecológica pelo actual primeiro-ministro quando era ministro do Ambiente de um governo de gestão e que nunca foi esclarecida em sede própria, i.e. Assembleia da República, até para ilibar o primeiro-ministro das supeitas da prática de corrupção -, tenho a dizer que ainda não me esqueci que o nome dele surge na infame lista de participentes do encontro do grupo Bilderberg de 2006, que teve lugar no Canadá...

Bilderberg Group - Ottawa 2006 Bilderberg Group - Ottawa 2006 Rondeau

Defendo que qualquer ministro é livre de se encontrar com quem quiser, mas aceitar ir - mesmo na qualidade de cidadão - a um encontro internacional que é fechado a jornalistas e reúne políticos e empresários em reuniões sobre as quais nada transparece para a opinião pública, prevalecendo apenas os pactos assumidos em obscuras salas sem qualquer escrutínio público, obviamente que levanta questões. sobretudo quando dois importantes empresários estão directamente relacionados com a tutela deste ministro, como são Francisco Pinto Balsemão (que surge no vídeo a falar animadamente com a Rainha Beatrix) e Juan Luis Cebrian.



Entretanto, esteja-se atento ao próximo encontro deste grupo. e já se fazem previsões quanto a local e data: "Bilderberg will return to its 1993 crime scene when it attempts to meet secretly in Vouliagmeni, Greece, May 14-17".

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Pânico a metro...

O cerco aperta-se

Uma vaia na ópera, a fazer lembrar o tempo da Monarquia... Ouça o povo, senhor primeiro-ministro e acabe com esta pouca vergonha...





E depois, com argumentos como este...

"'Se o senhor arranjar uma gravação de um vídeo com outro a dizer que eu roubei num supermercado, não significa que eu tenha roubado num supermercado', argumentou o ministro e dirigente nacional do PS".

... quando toda a gente viu que não foi um simples supermercado que foi construído em espaço de reserva natural...

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20090329

Submarino

CM Grau 33, perdão, CM Pág. 33...

20090328

E ainda temos...

...mais esta lavagem da História. Vão celebrar os 100 anos de República sem direito a contraditório. Foram 100 anos em que quase 50 foram uma Ditadura e 35 anos de falsa democracia. Mas, depois temos um Presidente da República que, para transmitir uma mensagem de esperança para o futuro, lembra-se de dizer: "Em nome de Portugal e dos que nos precederam e das gerações vindouras, o nosso tempo também é um tempo de exigência e de luta. Do mesmo modo, como vencemos há 200 anos também hoje seremos capazes de vencer". Afinal, em que ficamos? Lembra-se o que aconteceu há 100 anos ou há 200 anos? Como diria o outro: organizem-se, organizem-se...

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20090327

Quem mente? Smith ou Sócrates? E quem defende Portugal?



Se depois disto a Assembleia da República não realizar um inquérito parlamentar à actuação de José Sócrates nos últimos dias como ministro do Ambiente, então Portugal será sempre considerado um país corrupto. E não há nada pior quando tivermos de reivindicar os nossos direitos junto dos parceiros europeus. E, já agora, o Presidente da República não pode ficar calado, pois ele não é um Rei. Se fosse Rei, ficava calado e o primeiro-ministro demitia-se. Assim, como Sócrates sabe que o PR não o demite, deixa-se ficar... E com isso, o país fica mais podre... Sinceramente, começo a ficar cada vez mais farto...
Vocês não?

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A verdadeira face da mentira

Mais uma prova da má-fé contra o projecto da Telecinco, via Carlos Narciso:

- O Conselho de Ministros determinou a 17 de Março, com publicação no Diário da República, que a cobertura do território nacional (para a Televisão Digital Terrestre) será de 100% no final de 2010.

- A 23 de Março, a ERC delibera a exclusão da TELECINCO com o seguinte fundamento: nos primeiros anos de funcionamento do novo canal, (leia-se, final de 2010, 2011 e 2012, caso a licença fosse atribuida já nos próximos meses) não é tecnicamente possível a cobertura da totalidade do território nacional.

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Eu sei que você sabe que eu sei...

Também gostava de lá estar para dizer isto...

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Lula contra o polvo

Um bebé no Parlamento Europeu



Não porquê, mas esta notícia sensibilizou-me imenso...

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20090326

E o que fizeste tu, caramba?

O ex-secretário-geral do PS, ex-presidente da Câmara de Lisboa e ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, anda pelo Brasil a queixar-se da fraca qualidade das discussões políticas em Portugal: "A Assembleia da República que é um órgão fundamental no país, de soberania, sede da representação popular tem de arrumar estes assuntos e andar para a frente. Bons inquéritos, boas interpelações, boas respostas do Governo, criar um bom ambiente de confronto político útil e não estas coisas que a meu ver me parecem muito periféricas. As notícias que tive de Portugal nestes dias foi o penalti que foi marcado contra o Sporting e o provedor de justiça. Convirá que é pouco".
Explique-se a Jorge Sampaio que tudo isto é uma questão de exemplo político que deve partir sempre das instituições superiores.
Jorge Sampaio deveria ter feito um exame de consciência quando, no dia em que fez o anúncio da sua recandidatura a Belém, a principal notícia do dia foi o pontapé do Marco dentro da casa do "Big Brother". Mas, o seu então assessor de Imprensa (actual porta-voz do Benfica) andara por terras de Espanha a convencer Luís Figo a dar o apoio à recandidatura.
Se Jorge Sampaio também não tivesse reconduzido um governo de direita para depois o demitir quando o seu partido resolvera a questão de liderança, então também teríamos uma democracia diferente.
Diz-se ainda que "o ex-presidente da República espera por isso que a democracia portuguesa siga um outro caminho". Pois, eu também!

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20090325

Viva o 25 de Março!

Esqueçam por momentos o 25 de Abril e até mesmo o 25 de Novembro. A partir de hoje, nem o 25 de Dezembro valerá mais do que o 25 de Março!

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20090324

De maneira nenhuma, Sr. Ministro!

O programa da televisão inglesa "The Thick of It", muito provavelmente o melhor que se fez em termos de sátira dos bastidores da política desde o "Sim, Sr. Ministro", foi agora transposto para cinema. A película "In the Loop" aborda a altura em que os líderes do Reino Unido e dos EUA decidem fazer guerra no Médio Oriente...

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20090323

Quem manda na televisão em Portugal?

A ERC decidiu hoje a sorte do concurso do 5º Canal de televisão: "5º canal: concurso chega ao fim sem vencedores. Propostas da Zon e Telecinco voltam a ser chumbadas". Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, reagindo a esta decisão, afirmou que "o Governo continua a considerar que 'há condições em Portugal para um quinto canal generalista de televisão', considerando-o 'essencial' para a futura televisão digital terrestre". Entretanto, a "Telecinco" marcou uma conferência de Imprensa para amanhã, às 15H00, no Hotel Ritz.
Para ajudar a perceber o que está em causa, explique-se que, em Portugal, para além dos canais pagos na TV Cabo, há quatro canais generalistas de emissão livre. Dois são do Estado (RTP1 e 2) e os outros dois são privados, SIC e TVI. O concurso seria para atribuir um quinto canal público, o último para Portugal.
Na realidade, em Portugal há apenas dois canais. Explique-se: o Estado está sub-divido em dois.
E os privados também.
Enquanto o Estado controlar a televisão, esta é dividida pelos dois partidos no poder, que têm sido PSD e PS. Os canais privados estão actualmente sub-dividos entre - e isto são factos - um ex-primeiro-ministro social democrata, Pinto Balsemão (que também é militante número 1 do PSD) e o seu "compadre" espanhol Juan Luís Cebrian (pessoa próxima dos socialistas em Espanha) que mantém à frente do canal um ex-director da RTP, José Eduardo Moniz. A pluralidade informativa é apenas uma ilusão...



Já agora, recorde-se o prefácio que o actual dono da TVI assinou na biografia de Pinto Balsemão, publicada em Dezembro de 1981, quando este último era primeiro-ministro de Portugal...





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Obama e o seu momento Katrina

20090318

A cadeira da polémica


Foto: Redy Wilson Lima

Na sequência do texto anterior,"Jornalismo da Escolinha", sobre a "Escola de Lavores", quero acreditar que a jornalista Dina Soares - que não conheço pessoalmente - não fume, não beba e não tenha visões sobre o que diz. Mas, como também já viajei com presidentes da República e primeiros-ministros, sei que muitas vezes as viagens podem ter momentos de cansaço que nos tolhem a visão sobre alguns acontecimentos. Por isso é que os jornalistas devem ter muito cuidado quando escrevem sobre alguns destes "casos" e, mais ainda, quando escrevem sobre a sua própria experiência com os governantes. Comparar uma figura pública como é o nosso ministro da Administração Interna ao ditador chileno Augusto Pinochet é uma dessas liberdades que se nos assiste em democracia, mas apenas quando há razões que façam sentido para tal. A jornalista portuguesa radicada em Cabo Verde, Margarida Conde, fez o jornalismo que faltou a esta história. Só não entrevistou a cadeira por que esta nada lhe diria, mas pediu ao Redy Wilson Lima que fotografasse a dita e registou a versão da dona do restaurante, D. Aida, que assumiu as culpas do incidente: "Se alguém poderá ser apontado por alguma coisa sou eu, pois fui eu que dei a ordem para colocar a cadeira entre o lugar vazio e o Sr. Primeiro-Ministro”.
Obrigado, Margarida, por permitires manter a imagem do bom jornalismo em forma, de modo a que quando um dia quisermos comparar com a devida "propriedade" o ministro ao ditador, que nada nos impeça!...

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Jornalismo da escolinha

A jornalista da Rádio Renascença, Dina Soares, uma das participantes do blogue "Escola de Lavores", comparou o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, ao ditador chileno Augusto Pinochet. A comparação surgiu em forma de fotomontagem e a pretexto de uma confusão entre o ministro e a jornalista já no fim da viagem a Cabo Verde: aparentemente o ministro terá pedido a um empregado que mandasse a jornalista levantar-se da cadeira que ela ocupava ao lado do primeiro-ministro de modo a que ele pudesse ocupar esse lugar. A jornalista achou este exemplo sintomático da maneira de agir do actual governo.




O ministro respondeu no blogue e criticou a fotomontagem. E o caso tornou-se notícia nos jornais impressos como "Público" e "Correio da Manhã".
Apenas temo que, jornalisticamente, este episódio venha a ser o mais importante que daqui a uns tempos se irá recordar sobre a visita de Sócrates a Cabo Verde. Mal vai o nosso jornalismo quando tal acontece. No entanto, ainda bem que podemos contar com a Margarida Conde para exemplos de bom jornalismo desde Cabo Verde e que assina um texto na "Focus" desta semana.

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20090317

Um Ombush?



Não sei se Obama será um embuste, mas aqui fica a informação de que há quem avise para uma "Obama Deception" e sustenta-o neste vídeo...

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20090316

"Vão mas é chatear o Sócrates porque ele é que recebeu os 500 mil"

O Zé Paulo mandou ir "dar banho ao cão!" e chamou-nos a atenção para uma reportagem publicada na página 22 do "Expresso" que dava conta do facto de que, desde 2005, existe uma escuta telefónica que envolve o actual primeiro-ministro num alegado acto de corrupção relacionado com o Freeport e menciona a quantia de 500 mil euros. Não houve violação do segredo de Justiça, pois o jornalista Micael Pereira teve a autorização do Tribunal Constitucional para consultar os oito volumes do processo judicial do ex-inspector da PJ, Elias Torrão...



E, como apontou o Zé Paulo, os editores do semanário nem sequer fizeram uma mínima chamada na primeira página...



E já agora, o mesmo semanário publica ainda mais um belo exemplo do autismo político que actualmente grassa o PS. Desta vez a palavra coube ao ex-secretário de Estado da Comunicação Social, Arons de Carvalho...



Arons de Carvalho tem ainda o despudor de pedir "jornalismo sobre o jornalismo"... Neste último caso aconselho-o a ler o que o Carlos Narciso tem vindo a escrever. Para ver se ganha vergonha...

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Portugal já é Espanha...

Anúncio de página dupla no diário espanhol "El Mundo", páginas 2 e 3, edição de domingo, 15 de Março de 2009...



Fotografado em Lisboa...

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Caso BPN: Jornalismo até houve. O pior foi depois...

O jornalista Camilo Lourenço, antigo director da revista financeira "Exame", lembrou que a primeira denúncia pública sobre as situações menos claras no BPN datavam já de 2001: "Março de 2001. A revista 'Exame', que na altura dirigia, dizia na capa que o Banco de Portugal tinha passado um cartão amarelo ao BPN. Dias depois recebi um telefonema de Pinto Balsemão. Assunto: Dias Loureiro tinha-lhe telefonado por causa do artigo e, na sequência dessa conversa, queria falar comigo. Acedi prontamente". Portanto, o jornalismo cumpriu a sua função, nobre, séria e responsável: Informou.
E o que fez o poder político e judicial? Camilo Lourenço contou-o na semana passada no inquérito parlamentar na Assembleia da República: "Camilo Lourenço lembrou ainda que, na altura da publicação do artigo, o BPN colocou um processo judicial contra a revista 'Exame' de 'vários milhões de euros' e que nessa altura um responsável da instituição bancária telefonou dizendo: 'Isto é para vocês jornalistas aprenderem. Para nunca mais voltarem a escrever sobre o BPN'. Posteriormente a empresa detentora da 'Exame' negociou um acordo com o BPN para solucionar este processo judicial".
Aqui, no Para Mim Tanto Faz, ainda há a mania de que somos livres, por isso recordo essa primeira denúncia pública...









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Heranças do 16 de Março

Hoje poderia ser feriado em Portugal. Foi a 16 de Março de 1974 que falhou o golpe militar das Caldas da Rainha que iria derrubar o governo do Estado Novo. Falhou porque não houve uma adesão da tropa em número suficiente - a lógica militar diz que não se podem fazer revoluções em dias em que não há tropa nos quartéis e o 16 de Março de 1974 foi numa sexta-feira para sábado. A data que marcaria o sucesso seria o 25 de Abril, se bem que, na verdade, a democracia que hoje temos foi a que resultou do 25 de Novembro de 1975 - mas esse dia não é feriado e ninguém o celebra, pudera...
Depois, há um outro 16 de Março, o de 2003, que não nos enche de orgulho. Podem ver porquê neste meu outro blogue de texto único: O Fim da Democracia...



E, finalmente, soube-se hoje que, Gordon Brown apoia segundo mandato de Durão Barroso e, em El Salvador, vitória da esquerda nas presidenciais reforça eixo chavista na América Latina.
Heranças...

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Futuro do Irão foi traçado em Sintra



The Islamic Republic in Iran is facing 'a sinister international conspiracy' designed to 'replace religious rule with secularism.' The plot was allegedly hatched by a 'secret society of Freemasons' known as the Bilderberg Group whose members include many of the Western world's richest and most powerful businessmen and politicians.
The alleged conspiracy was finalized at a secret meeting of the group in June 1999 in Caesar Park Hotel in the Portuguese resort of Penha Longa. Inside Iran, the executors of the 'plot' included the so-called Reform Movement symbolized by former President Mohammed Khatami who attended the meeting along with his then assistant on environmental affairs Mrs. Massoumeh Ebtekar. The so-called Bilderberg 'lodge' is often described by conspiracy theorists as "the secret government of the world'
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20090313

Do álbum de glórias do "Tal&Qual"





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Morreu o jornalista que não queria ser posto na ordem...



Nunca trabalhei com João Mesquita. Nunca fiz parte do seu círculo de amigos, mas tive a honra de o conhecer durante as reuniões do MIL - Movimento Informação é Liberdade. Durante a minha intervenção defendi a ideia de que uma Ordem de jornalistas começava a fazer cada vez mais sentido face à actual desordem, e como exemplo mencionei o genial "slogan" da campanha de 1992 que, na altura, me levara precisamente a votar contra a ideia que agora defendia: "Sou jornalista, não me metam na ordem!". Do outro lado da sala respondeu João Mesquita: "Esse 'slogan fui eu que o criei". Obviamente, aquele jornalista passou a ser a pessoa com quem eu iria querer trabalhar para um melhor futuro do jornalismo em Portugal. Agora é tarde. Contudo, nunca deveremos esquecer a vida e o exemplo do João Mesquita que surge bem plasmado nesta entrevista:

"É preciso pensar mais no público do que em nós, jornalistas, pensar mais em quem lê os jornais do que em quem os faz”.

"Vínhamos para o jornalismo basicamente pelo gosto de escrever e pela paixão de intervir. Éramos pessoas comprometidas socialmente, tínhamos intervenção cívica e política e experiência de vida – desse ponto de vista receio bastante que se tenha regredido e que hoje, genericamente falando, se venha para o jornalismo por motivos menos nobres do que aqueles que nos trouxeram. A forma de encarar a profissão hoje será muito mais a de uma carreira e, consequentemente, como um meio de promoção, de fazer dinheiro e ganhar estatuto. Nós não pensávamos na carreira, em sermos directores, em sermos estrelas… Não tínhamos ambições dessas”.

"No Expresso, recebia telefonemas das fontes, algumas das quais chegavam a dar indicações sobre a forma de publicação dos textos. Estive lá pouco tempo, portanto não deu para tirar conclusões, mas agora quando leio os livros do arquitecto Saraiva ou a história do PSD do professor Marcelo , percebo que as minhas suspeitas sobre a influência de certas fontes no jornal eram fundamentadas. Claro que, na generalidade, os jornalistas do Expresso não eram manipuláveis, mas foi ali que me confrontei pela primeira vez com tentativas declaradas de manipulação”.

“Nunca deixei de exprimir as minhas opiniões sobre o jornalismo e sobre as condições do exercício da profissão, mas julgo ser uma pessoa com um razoável feitio, nunca tive conflitos pessoais com camaradas. O que todos sabem é que não sou subserviente, que não sou seguidista, que continuo a ter um juízo bastante negativo sobre a evolução do jornalismo. O que está a acontecer comigo já aconteceu e acontece com muitos outros. Ainda há poucos meses, o Público despediu uma série de jornalistas , entre os quais alguns que eu considero serem ‘apenas’ dos melhores profissionais da nossa imprensa diária. Portanto…".

“A tendência dominante vai contra aquilo que eu penso que devia ser feito, a degradação das condições de trabalho e de vida dos jornalistas é cada vez maior. Vive-se uma situação de desregulação total no sector, inclusive de ausência de princípios éticos. E nos jornais domina a ideia de que eles não são para ler, mas para ver. A principal razão da crise dos jornais é essa: quando se fazem jornais para não serem lidos, pois não serão lidos! É muito mais interessante e fácil para o cidadão comum olhar para uma televisão ou para um ecrã de computador, ou mesmo só ouvir rádio, do que estar a ver jornais”.

Atente-se ainda neste comentário do autor da entrevista, José Luiz Fernandes:

"Por que não tem este jornalista lugar numa redacção? Dir-se-á que a experiência, a memória histórica, o conhecimento de fontes deixaram de ser factores de valorização profissional. Aliás, é público e está amplamente documentado que, sobretudo, desde os primeiros anos deste século as empresas vêm executando um programa de afastamento das redacções dos jornalistas com idade superior a 50 anos. Actualmente, essa tendência já atinge alguns profissionais com menos de 50 anos e, num ou noutro caso, até com menos de 40 – desde que não seja suficientemente moldável e submisso, segundo os padrões da hierarquia. Dir-se-á, então, que jornalistas com espírito crítico não são bem vistos nas redacções do jornalismo actual".

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Jornalismo de cidadão

20090312

O "Tal&Qual" não fazia "pactos de silêncio"...

Na continuação da denúncia sobre a falta de liberdade no jornalismo, Carlos Narciso lembrou a crónica "Pactos de Silêncio", escrita por Mário Crespo no "Jornal de Notícias" de 29 de Setembro do ano passado. O texto era sobre o escândalo das casas da Câmara de Lisboa. Recorde-se que, por exemplo, a vereadora do PS responsável pela Acção Social da Câmara de Lisboa, Ana Sara Brito, apesar de ter uma reforma de 3350 euros "pagava 146 euros de renda à autarquia por uma casa de duas assoalhadas no centro da cidade, na Rua do Salitre"...
Mário Crespo lembrou que o caso não era novidade. Ele próprio levantara a questão em finais de 1989, quando moderou o debate televisivo entre os candidatos à Câmara de Lisboa. Os candidatos, para quem não sabe, eram Jorge Sampaio (agora ex-Presidente da República), Marcelo Rebelo de Sousa (ex-líder do PSD e agora putativo candidato a Presidente da República) e Hermínio Martinho (ex-líder do PRD, partido fundado por inspiração do ex-Presidente da República Ramalho Eanes e que agora é o partido de extrema-direita PNR).
Mário Crespo lembrou na crónica que "havia advogados, arquitectos, engenheiros, médicos, muitos políticos e jornalistas. Aqui aparecia o nome de personagem proeminente na altura que era chefe de redacção na RTP. A lista discriminava os montantes irrisórios que pagavam pelo arrendamento dos apartamentos topo de gama na Quinta do Lambert". E destacou ainda que "confrontados com esta prova de ilicitude, os candidatos às autárquicas de 1989 prometeram, todos, pôr fim ao abuso". E, já agora, lembre-se que quem então ganhou as eleições foi o ex-Presidente da República Jorge Sampaio.
Escreveu ainda Mário Crespo na sua crónica de 29 de Setembro de 2008: "O desaparecido semanário Tal e Qual foi o único órgão de comunicação que deu seguimento à notícia. Identificou moradores, fotografou o prédio e referiu outras situações de cedência questionável de património camarário a indivíduos que não configuravam nenhum perfil de carência especial. E durante vinte anos não houve consequência desta denúncia pública"...
Peço desculpa aos meu leitores pelo atraso, mas aqui está a cópia do artigo de duas páginas do desaparecido "Tal&Qual" - em cuja redacção aprendi muito durante os oito anos em que lá estive. E, sim, para vergonha da República, já lá então estava a história da vereadora Ana Sara Brito, a 15 de Dezembro de 1989...

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20090311

Lição de bola

Nunca esqueci esta lição de futebol...



E este, apesar de ser mais novo, também a aprendeu...

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"Ich bin ein" sportinguista

Sempre que uma equipa portuguesa joga no estrangeiro, independentemente de eu ser ou não simpatizante desse clube, assumo sem problemas o fervor pátrio. Até o faço pelo FC Porto - sou boavisteiro e não há maior adversário do FCP do que o Boavista, pois temos de conviver com os portistas na mesma cidade...
Ontem fui do Sporting que, ainda por cima, não é de Lisboa, mas sim de Portugal.
Hoje sou ainda mais sportinguista, pois não posso deixar de ficar genuinamente preocupado com a imagem deixada por um clube português perante os espectadores alemães: "Foi um passeio até aos quartos-de-final, o Sporting não tem qualidade para estar neste patamar do futebol europeu, limitou-se a fazer figura de corpo presente"...
É preciso reflectir sobre a qualidade de todo o nosso futebol. Um deslize europeu não justifica um resultado total de 12-1. O desnível do futebol nacional é gritante quando comparado com as exigências europeias. Quando o campeonato nacional é campo fértil para suspeitas de corrupção e viciação de resultados, quando para representar Portugal na competições europeias basta ganhar a clubes com salários em atraso ou que jogam com jogadores emprestados, a verdade desportiva fica comprometida. A exigência desportiva é quase nula. Cá dentro, praticamente ninguém acredita no nosso futebol. Lá fora, começam a ser cada vez mais os que também deixam de acreditar.

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20090310

Mais um trago de liberdade...

"E não estou a falar das consequências da actual crise económica… Estou a falar da excomunhão de jornalistas que, um dia, por alguma razão, se incompatibilizaram com um patrão e que, por via disso, acabam proscritos da profissão. Estou a falar da existência de listas negras de jornalistas, listas que circulam entre as empresas do meio, de indexes que impedem os que neles constam de voltarem a trabalhar na profissão. Quem está nessas listas? Depende muitos das circunstâncias, mas são, por exemplo, antigos delegados sindicais, ou jornalistas que se notabilizaram no seio das redacções pela defesa dos seus direitos laborais, ou jornalistas que ousaram defender a sua integridade profissional mesmo contra os interesses expressos do patrão ou até do seu chefe directo, jornalistas que disseram não quando queriam que eles tivessem dito sim"...

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Uma luz na escuridão...

Porque amanhã é dia 11 de Março...

Cuando se cumplen cinco años del 11-M, el abogado José María de Pablo publica La cuarta trama. El libro, apoyándose en informes policiales y judiciales, sostiene que existe una cuarta trama que tenía 'influencias en las Fuerzas de Seguridad del Estado y gran interés en la victoria del PSOE'...



"Apoyándose, pues, en los datos policiales y judiciales que se conocen, de Pablo señala que además de la trama Asturiana, de la banda de El Chino y la del Tunecino existen como mínimo cuatro 'X' por despejar: quiénes idearon el 11-M, quiénes suministraron Titadyn a la banda del Chino, quiénes montaron las bombas en la finca de Morata de Tajuña y quiénes manipularon la investigación y a la opinión pública. El abogado señala que algunas de las personas que asumieron estas funciones pueden ser las mismas"...



Ou seja, falta ainda saber tudo...

Imagens daqui...

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20090309

Finalmente, Kissinger como nunca o viram

Um trago de Liberdade...

20090308

100 "spoilers" de filmes em cinco minutos



Quanto mais não seja, é importante saber: "Soylent Green" é feito a partir de pessoas!

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Autismo político

Vale a pena ler/ouvir a entrevista a António Costa num trabalho conjunto Correio da Manhã/Rádio Clube´, e conduzida por António Ribeiro Ferreira (ARF) e Luís Claro (LC). Eis um momento em que podemos comprovar o nível de autismo político que se vive no PS:

ARF – Eu não enfio barretes. Mas o que eu sei é que quando se fala no engenheiro Sócrates há uma razão. Ele era o ministro do Ambiente e licenciou o Freeport. Não fui eu.

- Conhece alguma investigação que envolva o engenheiro José Sócrates?

ARF – Conheço a carta rogatória das autoridades inglesas.

- Olhe, eu não conheço.

ARF – E nessa carta fala-se no engenheiro José Sócrates como suspeito.

- O que eu conheço são os comunicados das autoridades judiciárias portuguesas que dizem que o engenheiro José Sócrates não está sob investigação e nem sequer é suspeito.

ARF – A carta rogatória é pública.

- É estranho ser pública.

ARF – Mas foi publicada.

- Acha normal? Eu sei lá se essa carta rogatória é verdadeira e se existe. O que eu tenho de confiar é nas autoridades judiciárias do meu País. E elas dizem que o engenheiro José Sócrates não é suspeito, nem é arguido, nem está sob investigação.

LC – Foi ministro da Justiça e sabe que quando se publicam informações elas vêm das autoridades judiciárias.

- Sim? Não sei. O que as autoridades judiciárias dizem é que o que os senhores dizem não é verdade.

ARF – Mas ninguém desmentiu a carta rogatória.

- Disseram uma coisa fundamental que é a única coisa que interessa nesta conversa. O primeiro-ministro está sob investigação? Não. O primeiro-ministro é arguido? Não. O primeiro-ministro é suspeito? Não. É o que dizem as autoridades judiciárias. Você acha o contrário.

ARF – Eu não acho o contrário.

- Você acha o contrário. Tem dúvidas sobre o primeiro-ministro.

ARF – Não é uma questão de dúvidas. O que eu ouvi é que ouve um tio que telefonou ao primeiro-ministro e mandou alguém falar com o engenheiro Sócrates porque lhe andavam a pedir luvas. Isso ouvi, não inventei.

- E então?

ARF - Ouvi, não sei se é verdade ou não.

- E daí retira o quê?

ARF - Depois tenho o filho do tio a enviar e-mail aos promotores em nome do primo.

- Não sei se recorda qual foi a pergunta com que entrámos neste tema?

ARF – O tema é a campanha negra.

- Porque é que há uma campanha negra.

ARF – Isto é uma campanha negra?

- O que me perguntou é se sempre que há investigação judicial sobre alguém do PS há uma campanha negra. E o que eu estou a dizer é o seguinte. Que eu saiba, a propósito desta caso, não há ninguém do PS a ser investigado. Você sabe que há? Não sabe.

ARF – Há um processo que envolve o Freeport.

- Não sabe. Você acha que sim.

ARF – As decisões foram tomadas pelo Governo do PS.

- Desculpe lá uma coisa. O que nós sabemos é que o engenheiro Sócrates não é arguido, não está sob investigação e não é suspeito.

ARF – Há dois arguidos.

- Mas algum deles é do PS?

ARF - Não faço ideia nenhuma.

- Sabe que é?

ARF – Não faço ideia nenhuma.

- Então se não sabe o que é que o PS tem a ver com a história? Posso saber?

ARF – Foi o PS que tomou a decisão política sobre esta matéria.

- Desculpe lá.

ARF – Não é verdade?

- O que eu quero saber não é a decisão política. É se está sob investigação.

ARF – Todo o processo está sob investigação.

LC – Já é a segunda vez em cinco anos que se fala numa cabala, numa campanha negra para destruir a direcção do PS vindo da parte da Justiça ou de quem for.

- Desculpe lá. Não meta coisas na boca do PS que o PS nunca disse. O PS nunca disse que a Justiça fez cabalas ou que fez campanhas negras. Agora, a Justiça é uma coisa, os senhores são outra coisa. Está a perceber a diferença?

LC – Todas estas campanhas, tanto da Casa Pia como do Freeport, foram obras da Comunicação Social contra as direcções do PS.

- Já disse o que tinha a dizer sobre isso.

ARF – No caso Casa Pia houve um dirigente do PS que foi arguido e depois ilibado.

- Temos uma pessoa. Que não só foi ilibada como obteve uma condenação do Estado por detenção ilegal.

ARF – Ainda não transitou em julgado, o processo ainda está a correr.

- Certo, mas ganhou na primeira instância.

ARF – Exactamente. Está convencido que este assunto do Freeport vai morrer ou vai ser usado na campanha eleitoral?

- Vão ser com certeza usadas, estão a ser usadas.

ARF – Usadas pelo PS, em termos da campanha?

- Não é pelo PS, é pelo PSD. Como sabe o PSD mantém afixado um cartaz da JSD de ataque ao primeiro-ministro. É sabido que certo tipo de pessoas no PSD vivem e convivem nesse ambiente de lamaçal de alimentar campanhas negras. É o historial sempre que certas figuras do PSD reaparecem no activo relativamente ao primeiro-ministro. Desde a sua vida privada a este caso procuram-no sempre envolver.

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20090306

A verdade está algures...

Mais vale "El Solitario" que mal acompanhado...



(Foto captada por leitora deste blogue, esta manhã, pouco antes da chegada do "El Solitario" ao tribunal em Lisboa)

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Uma candidatura. Uma razão.

Não é segredo nenhum que irei ser cabeça-de-lista do PPM nas próximas eleições europeias de 7 de Junho. Foi uma decisão anunciada no congresso do partido, a 13 de Dezembro passado, e cuja lista ainda em formação conta já com os nomes do Paulo Estêvão e da Aline Gallasch-Hall.

Até ao momento, optara por não trazer a discussão a este blogue, apenas porque não achava correcto utilizar um espaço pessoal para uma discussão que vai ter de ser feita em público. Contudo, numa altura em que está prestes a nascer um espaço próprio na Internet, importa esclarecer aqui alguns pontos para aqueles que, até ao momento, não sabiam ou não tiveram ainda a oportunidade de, em privado, trocar comigo algumas impressões sobre o assunto.

Poucos sabem que a Constituição portuguesa impede o referendo ao regime em que vivemos. E quem diz que isso tanto faz, não sabe do que se fala.

Sou visceralmente contra toda e qualquer falta de liberdade e abomino o absolutismo venha de que lado vier - monárquico ou republicano. Senti assim a necessidade de ser coerente com o que sempre escrevi e avancei para uma forma de luta política e pública. Tomei a decisão contra o conselho de pessoas bem próximas de mim que pediam para não me prejudicar ainda mais. Escolhi um pequeno partido, praticamente sem qualquer hipótese de sucesso, mas com o qual aprendi a identificar-me - sobretudo quando, já depois de ter escrito o ensaio político “Eu Sei Que Você Sabe” compreendi que muitos dos nossos problemas democráticos não remontam apenas ao dia 25 de Abril de 1974, mas também a 2 de Julho de 1932, dia em que D. Manuel II morreu no exílio, sem sucessão, em Inglaterra. Dias depois, Salazar tomou posse como presidente do 8º governo da ditadura militar e aproveitou a falta de uma solução política na sucessão do Trono Português para cimentar a ditadura do Estado Novo. E os vestígios dessa ditadura ainda continuam expressos no actual texto da Constituição Portuguesa. É por haver monarquias no seio da União Europeia, mas esse direito estar vedado a Portugal, que parto para esta luta que, espero, venha a permitir responsabilizar e a questionar uma República que já aprovou 10 milhões de euros para se auto-celebrar sem direito a ser questionada.

O 25 de Abril não teve uma descolonização exemplar, apenas a “possível”. O 25 de Abril ainda não nos deu o desenvolvimento prometido porque falta cumprir um outro “D” que Abril nos abriu: Democracia. Democracia é não rejeitar referendos que nos possam permitir ter um regime que, já depois da nossa Revolução dos Cravos, nasceu mesmo aqui ao lado, em Espanha.

Quando hoje ouço portugueses a escarnecer das qualidades de regimes monárquicos na Europa, fico com pena da lavagem cerebral feita por 100 anos da propaganda republicana misturada com Ditadura. É que há muitos portugueses que, neste momento, têm de se sujeitar aos piores trabalhos, longe da boa comida portuguesa e do aprazível sol pátrio, para poderem ganhar a vida em países como Espanha, Inglaterra, Bélgica, Holanda ou Luxemburgo. E quando comparam o nosso o nível de vida ao dos suecos, dinamarqueses e noruegueses, esquecem-se que qualquer um destes países é uma monarquia como aquela que nos querem negar como alternativa ao Estado que temos.

Um país só prospera quando há transparência democrática, quando são criados entraves à corrupção nas cúpulas e, na maior parte de vezes, isso só é atingível quando o chefe de Estado serve o povo acima dos partidos políticos. Tal não acontece em Portugal. Em suma, defendo que a eleição do Presidente da República, que continua a emanar de dentro de aparelhos partidários com óbvios prejuízos para a transparência da vida pública, seja afastada da equação política em Portugal. O Rei deve reinar com o apoio do povo e o governo deve governar para interesse do povo. Escolher viver em Monarquia será um desafio de modernidade e não um retrocesso ao passado.

Numa altura em que o actual regime que governa Portugal está prestes a cumprir 100 anos, as eleições europeias surgem como o momento ideal para o PPM fazer passar uma mensagem de liberdade para os Portugueses. Votar PPM nas próximas eleições de 7 de Junho não vai trazer a Monarquia no dia seguinte, mas vai permitir entregar a um pequeno partido uma voz que não se vai calar.

O PPM tem passado. Foi o primeiro a falar de ecologia em Portugal e pode continuar a fazer isso no Parlamento Europeu, sobretudo agora que o tema há muito passou de assunto de moda e é uma preocupação do presente. É também um partido da terra, que sempre defendeu o desenvolvimento sustentado. É reconhecidamente um partido de cultura que gosta do que é nosso e defende-o como património mundial. É um partido que compreende os agricultores, quer empresários livres e está contra todo o tipo de entraves que impeça uma livre iniciativa sustentada em regras sociais a favor do bem comum. É um partido que ama a liberdade, a cidadania. Precisa da liberdade para sobreviver, como qualquer um de nós.

Em breve direi qual será o endereço electrónico onde poderão seguir, comentar e contribuir para esta luta. Até lá, por fim, importa esclarecer uma notícia que surgiu ontem sobre o facto do salário mensal de um eurodeputado ser agora 5963 euros líquidos, quando, anteriormente, era de 2525 euros.

Que fique bem claro que, quando me candidatei, nem sequer sabia qual seria o salário, pois as hipóteses de poder vir a ser eleito eram nulas. O partido era pequeno, sem dinheiro e iria ser difícil ultrapassar a barreira da Comunicação Social para difundir a mensagem - já houve dois comunicados que não tiveram eco na Imprensa. Mas, o passo fora certo no sentido de não ser mais possível calar a angústia da falta de liberdade em Portugal. A candidatura tem o grande mérito de oferecer algum alento a quem todos os dias se debate com essa falta de liberdade no dia-a-dia. E, infelizmente, são cada vez mais...

Quando o PS há dias resolveu apresentar como candidato o constitucionalista Vital Moreira e quando Elisa Ferreira diz que quer ser Presidente da Câmara do porto, mas que primeiro vai garantir o “tacho” em Bruxelas, e quando o PSD ainda não decidiu que candidato apresentar, algumas das vozes que me criticavam passaram, estranhamente, a dizer: “Olha que arriscas-te a ser eleito!”. Outros pedem-me: “Não te cales, sei que não te vais calar quando lá chegares. Fala por todos nós!”.

O salário de europedutado é agora um salário único, independentemente do país que representem. Foi aumentado para os portugueses, mas diminuído para os italianos. E os búlgaros tiveram um aumento maior do que o nosso: "Neste quadro, entre os mais de setecentos deputados da assembleia comunitária, persistem disparidades salariais que vão desde os 900 euros auferidos pelos deputados búlgaros aos cerca de 12 mil que ganham os italianos, os mais bem pagos de todo o PE".

Faz parte de regras igualitárias. Não é uma benesse, mas sim uma maior responsabilização de quem vai lutar no seio da UE.

Na altura do voto, que pensem os portugueses que, mesmo que nesse dia troquem uma ida à mesa de voto por mais uns raios de sol na praia, haverá na mesma 22 eurodeputados que vão ganhar aquele salário. Resta é saber se os eleitores não se importam que sejam políticos anónimos, dos mesmos partidos de sempre que apostam precisamente no desinteresse e na alienação dos portugueses para a sua eleição, ou se será um eurodeputado do PPM, chamado Frederico Duarte Carvalho, e que não se calará.

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Também eu queria saber...

20090305

Os leitores é que há muito fazem greve

O meu querido camarada Carlos Narciso queixa-se da pouca eficácia da greve dos jornalistas do grupo Controlinveste: "Ontem, houve uma greve no 'Diário de Notícias', 'Jornal de Notícias', '24 Horas' e 'O Jogo', títulos do grupo da Controlinveste. Alguém deu por isso? Os jornais saíram na mesma e, na mesma, foram vendidos…".
Carlos, as greves de jornalistas são inúteis nos dias de hoje. Há folhas de alface que podem ser feitas com estagiários não remunerados que copiam notícias da Internet ou reproduzem comunicados de agências de comunicação. Fazem um "Copy-Paste" directamente do ecrã do computador ou de um e-mail sem ir ao rigor da informação, à confirmação da origem ou à escolha criteriosa da verdadeira notícia. Mastigam aquilo e mandam para a paginação, a tempo e horas para o fecho da edição. O problema é que uma greve sem a solidariedade de paginadores e funcionários da gráfica que imprime os jornais, o pasquim acaba mesmo por chegar à rua.
Quem percebeu isso foi o empresário Rupert Murdoch quando, no início de 1986, conseguiu colocar a funcionar uma gráfica própria para imprimir o "The Times" escapando assim à pressão dos sindicatos dos grafistas, afinal o último bastião de solidariedade da luta de quem produzia conteúdos. Isso entrou para história do jornalismo com o tristemente nome de "Wapping Riots" ou "Wapping Dispute"...


Foto daqui.

Os jornais continuam a chegar à rua onde, como há dias nos disse o Fernando Dacosta, não devemos surpreender-nos que vendam cada vez menos mas, face à qualidade do que lá trazem, surpreende-nos é que ainda continuem a vender.
A crise não está na Imprensa face à Internet ou na falta de leitores. A crise está nos jornalistas que acreditam que escrevem para leitores parvos, mas como estes de parvos não têm nada, deixam obviamente de comprar jornais. Talvez seja isso mesmo: são os leitores que há muito fazem greve e ainda ninguém viu isso...

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20090304

As ligações perigosas de Dias Loureiro

"Instado por Nuno Melo, do PP, a comentar a ligação de El-Assir ao grupo BPN, Francisco Sanches disse que este relacionamento surgiu por 'indicação' de Dias Loureiro, amigo do empresário libanês, razão pela qual desconhece detalhes sobre as operações, que acompanhou 'muito à distancia'. El-Assir esteve ligado, como vendedor, ao negócio de Porto Rico, e que resultou num prejuízo para o BPN de 38 milhões de euros".

Este tipo de notícias só não me surpreende - e digo isto com tristeza - porque há uns anos li este livro publicado em Espanha...



A obra data de 2004 e aborda a figura de Alejandro Agag, antigo genro de José Maria Aznar, e dos seus amigos... Entre os quais está Dias Loureiro e o "traficante de armas" libanês chamado Abdul Rahman Al-Asir, que, suponho, apesar da diferente grafia em português, deverá ser a mesma pessoa do negócio desastroso em Porto Rico...

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20090301

A luta vai começar...