20050602

Profundidades gargantuais

Se Mark Felt, ex-número 2 do FBI, foi mesmo o "Garganta Funda", conforme anunciado mundialmente, então é preciso ver que, entre 1972 e 1973, altura em que ele andava a contar aos jornalistas do "Washington Post" o que deviam escrever, também andava a fazer escutas ilegais a movimentos anti-guerra do Vietname em Nova Iorque. Por isso é que o presidente Reagan o perdoou em 1981.
Quem viu o filme "Nixon" de Oliver Stone consegue perceber o estado de desespero que atingiu Nixon durante o seu segundo mandato (1972-1974), facto que incomodava mais os republicanos do que os democratas. Para mim, se Nixon foi traído por Mark Felt, não se deveu ao facto do ex-número 2 do FBI (que só o foi enquanto o número 1 era o sinistro Edgar Hoover que esteve à frente do FBI desde 1935 até ao dia da sua morte, com 77 anos, a 2 de Maio de 1972) decidiu ser um "herói", mas sim porque foi "autorizado" por gente da Casa Branca que lhe passava informações para ele ir depois dar aos jornalistas... Nada mais simples.
A história do "Garganta Funda" é apenas um daqueles mitos jornalísticos e digno de filme de Hollywood (como o chegou efectivamente a ser) para simplificar uma mais vasta rede de conecções na administração Nixon que lutava contra o próprio presidente e que, aí sim, a haver hoje o verdadeiro jornalismo, seria denunciada para o bem da democracia.
Deste modo, o que aconteceu, e continua a acontecer, é o jogo do encobrimento através de pequenos "descobrimentos" cirurgicamente programados ou com efeitos controlados como este que estamos a viver com a histeria no meio jornalístico da revelação de "a verdadeira identidade do Garganta Funda".
Gargantices...

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