20050206

Salvar o "Tal&Qual" - II

Sim, já li a crónica de Alexandre Pais, antigo director do "Tal&Qual" e actual director do "Record", na revista "Sábado" desta semana.
Claro que percebi que ele explicou muito bem qual deveria ser o rumo que o semanário, onde trabalhei durante oito anos, deverá seguir.
Sim, reparei, é claro, que ele mencionou o meu nome e o da minha antiga camarada do Porto, Paula Silva, como exemplo de dois jornalistas cujos trabalhos colocaram as vendas acima dos 50 mil exemplares, quando a média andava nos 30 mil.
Não, não tenho ilusões. O "Tal&Qual", nas condições em que se encontra actualmente, dificilmente poderá voltar a vender 50 mil exemplares. Eu, por exemplo, já lá não estou. A Paula Silva, outro exemplo, faz jornalismo em "part-time" para o "Tal&Qual", visto que está no "24horas". Como o actual director, Gonçalo Pereira, cujo nome nunca saiu da ficha técnica do "24horas". Contudo, ao contrário de alguns que acham que o semanário deveria ao menos poder encerrar de uma forma digna, em vez de se afundar nas mãos de quem reconhece não saber que rumo dar, acredito que ainda há uma solução para aquele histórico título: Voltar às origens e fazer jornalismo.
Aquele jornalismo que, conforme apontou Alexandre Pais, parta do princípio de que a notícia que interessa é a resposta que se dá após pensar: "A pergunta estava a ser feita em milhares de lares portugueses e o 'T&Q' tinha de dar a resposta"...
Porque o "T&Q" sempre deu a resposta que mais ninguém ousava dar.
E é isso que nos querem tirar.
Essa voz.
A voz de quem não tem voz.
Eis o "Tal&Qual".
Eis a solução para o salvar.
Se quiserem...
Senão, que o fechem!
Mas façam-no com dignidade!

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