20040228

Aniversários

Já agora, reparei ainda que ontem, dia 27, fizeram anos o Baptista-Bastos e Elizabeth Taylor. E Chelsea Clinton...
Se estivesse mais inspirado era capaz de encontrar aqui bom material para dizer qualquer coisa minimamente interessante. Mas, nota-se, não estou...

A empregada do Hilton em Paris...

Há certos erros ou imprecisões jornalísticas a que todos estamos sujeitos. Como jornalista, não digo que um dia não possa estar errado e venha a escrever uma informação menos correcta. Mas, quando não se sabe sobre o que se escreve, deve-se perguntar ou investigar...
Serve isto para dizer que hoje (ou ontem, para ser preciso, pois já passa da meia-noite e falo sobre o dia 27), ao ler o "Público" reperei numa pequeníssima notícia na secção "P", aquela que vem na página de jogos, onde se fala do despedimento de Howard Stern de uma cadeia de seis estações radiofónicas porque utilizou linguagem sexual explícita quando entrevistou Rick Salomon que, segundo reza o texto, fora "filmado a ter relações sexuais com uma empregada do hotel Hilton em Paris".
Trabalhar num jornal "popular" como o "Tal&Qual" é uma vantagem nestas situações, porque ou me engano, ou segundo sempre ouvi falar, o tal vídeo de Rick Salomon não é com uma empregada do hotel Hilton em Paris, mas sim com a filha do dono dos hotéis Hilton, e que se chama precisamente Paris Hilton. Há uma "ligeira" diferença.
Não sei onde foram buscar aquela da "empregada", quando se trata da "herdeira"... Mas dou de barato que até se possa tratar de um segundo vídeo...
A questão não é grave, mas é para dizer que hoje consegui dar um sorriso...

20040226

Futebol do carago!

Quem me conhece sabe que, por razões futebolísticas, não sou de elogiar o FCPorto. Mas hoje, depois do jogo contra o Manchester, tenho a agradecer a Mourinho e aos seus pupilos o grande espectáculo de bola que os portugueses deram aos ingleses! Foi mesmo do carago!

De volta!

Ela está de volta! Ela está com vontade de recuperar o tempo perdido, ela reflectiu e diz que não vai parar... Ela promete mais, ela é... está certo!... já adivinharam!... ela é a Anabela!

20040220

Como já devem ter reparado...

Isto deu o badagaio...

Quem compra o presidente dos EUA?

A resposta a esta sempre interessante pergunta pode ser devidamente conferida aqui.
Eis um excerto para terem uma ideia do que se fala:

"The largest donors for the quarter were Pricewaterhouse Coopers ($122,750), MBNA Corp. ($93,750), Deloitte & Touche LLP ($73,525), Southern Co. ($67,147), and Goldman Sachs Group ($65,750).

Rounding out the list were Merrill Lynch & Co. Inc. ($58,904), United Services Automobile Association Group ($57,775), Rooney Holdings/Rooney Brothers ($56,000), and UBS AG Inc. ($54,850)."


20040218

Reciclar a democracia

Vale a pena conhecer e meditar sobre a proposta de reforma do sistema eleitoral nacional no Reciclemos.

A vida da Anabela...

Antes do mais, reparei que a Anabela tem estado calada... que pena, pois ela alegrava os nossos dias!
Volta "Anabela M. Ribeiro", da "A Dois", que ficas perdoada!

20040216

Fora dos carrilhos

Depois de ter visto a manchete do "24horas" de hoje (Carrilho sacou a máquina a um fotógrafo que fazia fotos a Bárbara e ao seu bebé), não pude deixar de me recordar de um site que vi há uns anos, cujo endereço era, salvo erro, qualquer coisa como www.geocities.com/zezecar...

20040215

Cavaco vai salvar-nos de Santana...

Recebi isto:

"No Público de hoje vem uma notícia que diz que só Cavaco poderá travar a
corrida de Santana à presidência.
Que tal como conspiração? Começam já a trabalhar para convencer o povo de
que o voto em Cavaco será um voto útil, mesmo o pessoal de esquerda será
convencido...
Arrasador não achas?"

Acho.
Acho mesmo...

Qué viva España!

Durão Barroso foi ao congresso do PP espanhol discursar em espanhol e dizer, em nome do seu partido, mas também em nome do nosso País - em nome de todos nós, portanto - que os portugueses apoiam o PP nas próximas eleições gerais espanholas.
Depois gritou "Viva Portugal" e "Viva Espanha".
Esta atitude acabou oficialmente com a nossa independência... O tal domínio espanhol que até agora era uma suspeita ou uma ameaça real, é já uma evidência.
Sou uma pessoa que até defende uma cultura Ibérica. Acho que os dois países poderiam perfeitamente, de uma forma natural, partilhar projectos em comum, ter políticas semelhantes com vista a uma maior aproximação cultural e económica entre os dois povos.
Não posso é concordar com as situações de ingerência.
Que poder tem a mais o PP?
O PP, tal como todos os partidos políticos no mundo, é um simples partido que luta democraticamente com outros simples partidos pela legitimidade popular de dirigir a Espanha. Porque não foi Durão Barroso dizer que Portugal também trabalharia ao lado de outros partidos que saíssem legitimados pelo voto dos nossos "hermanos"?
Será que não conseguiria trabalhar com esses outros partidos como Governo de Portugal?
Que Durão Barroso vá ao congresso do PP como líder do PSD e desejar a vitória dos homens da direita espanhola, tudo bem.
É compreensível - se bem que poderia ser de evitar a confusão excessiva entre o líder de um partido e o líder de um governo. Assumir a ingerência na luta democrática espanhola e a colocar a posição do povo de Portugal - no seu todo nacional - ao lado do PP, é indigno para a nossa soberania como Nação independente e democrática!
Acredito que as pessoas no nosso País que apoiam o governo de Barroso e querem a vitória do PP, certamente não podem defender, em consciência, esta posição tão colaboracionista do líder do nosso governo para com um partido político estrangeiro...

20040213

Feriado local e nacional

O feriado local do Porto, o 24 de Junho, dia de S. João, foi escolhido em 1911. Depois da implantação da República, cada cidade tinha de escolher um feriado local e o diário portuense "Jornal de Notícias" promoveu uma votação popular entre os seus leitores. As opções mais votadas na disputa eram o 24 de Junho, dia das festas sanjoaninas, e o 1º de Maio, dia do trabalhador. Dizia-se que o Porto era a cidade do trabalho, pelo que seria lógico escolher esse dia para feriado...
Obviamente que não ganhou esta última opção. Porquê obviamente? Porque a malta do Porto não é parva nenhuma! Eles já a tinham fisgada e sabiam que, mais cedo ou mais tarde, obrigatoriamente, o 1º de Maio iria um dia destes ser feriado nacional!
Assim ficavam com dois feriados, o local e o nacional.
Agora digam lá se isto é gente que se deprima?!

O Porto suprimido

"O Porto deprimido", intitula hoje Miguel Sousa Tavares a habitual crónica de sexta-feira no Público.
Não concordo que o Porto ande deprimido. Na minha opinião anda é "suprimido".
Anda suprimido da importância que teve no tempo em Fernando Gomes era o presidente da Câmara.
Onde está esse autarca que projectou uma voz reivindicativa face ao poder de Lisboa?
Onde anda o autarca que fez obra que se viu e ainda se vê?
Anda pura e simplesmente suprimido.
Fernando Gomes, ouvi da boca de um político do PSD, há uns dois anos, só foi grande no Porto e teve aquela importância toda precisamente porque os governos do PSD, entre 1989 e 1995, decidiram que era melhor dar-lhe relevo e projectar a imagem de uma voz incómoda como táctica de enfraquecimento da direcção do PS em Lisboa... Cruel.
Desde que o PS chegou ao poder, o Porto esvaziou-se. Depois foi a aventura desastrosa de Fernando Gomes em Lisboa, como ministro da Administração Interna (nunca tanta bomba de gasolina foi tão assaltada). A demissão de Gomes foi uma conquista de certos grupos dentro do próprio PS.
Foi o PS que "suprimiu" o Porto.
O Porto, é preciso que se diga, não é o FC Porto por muito que as suas conquistas desportivas internacionais nos orgulhem a todos os que se dizem portugueses.
O Estádio das Antas, o de 1952, foi inaugurado a 28 de Maio, dia do regime. O FC Porto sempre estará com o regime que estiver... em Lisboa, bem entendido.
Por isso é que o presidente do FC Porto não está com Rui Rio, pois esse está sozinho contra todos... Também está suprimido.
Rui Rio está suprimido no PSD que manda desde Lisboa, porque não querem que ele tenha a mesma voz reivindicativa que tinha Fernando Gomes, a ponto de, a certa altura, até ter sido considerado como um provável candidato a candidato à Presidência da República. Alguém se lembra? Eu lembro-me.
Rui Rio também anda suprimido do PS, que não o pode enfrentar como o PSD fez então com Fernando Gomes, projectando-o quase como o verdadeiro líder da Oposição.
Por isso é que o Porto anda "suprimido".
Talvez adormecido, à espera de alguém que o acorde.
Mas não anda deprimido.

P.S. Esta semana fechou mais uma sala de cinema no Porto. A sala da Castello Lopes, no Central Shopping fechou. Sobram cinco salas de cinema na cidade, sendo que quatro delas estão no centro comercial Cidade do Porto. O outro cinema é o Nuno Álvares, todos da Medeia. A Casa da Música, projecto do Porto2001, deverá estar concluída ainda este ano. Em Novembro...

Vocês sabem do que estou a falar...

Essa do "vocês sabem do que estou a falar" ficou famosa na boca do Octávio Machado. Agora, Dias da Cunha disse de quem se andava a falar...
Só que isto não vai dar em nada...
Vocês sabem do que estou a falar.

20040212

Eduardo Serra vai ganhar... aposto!

Assisti ontem à ante-estreia do filme "Rapariga com Brinco de Pérola" e, mesmo sem conhecer o trabalho de todos os outros candidatos ao Óscar para a melhor fotografia, posso dizer, na minha modesta opinião, acho que Eduardo Serra vai ganhar. O filme é a fotografia, são os planos de luz. É sobre como a luz faz arte.
Há dias, na revista brasileira "Veja" vi um grande trabalho sobre o "Cidade de Deus", filme brasileiro candidato a quatro Óscares, incluindo o de melhor filme e de melhor fotografia. O trabalho exaltava (e bem) o facto de a língua portuguesa estar em evidência nos EUA. A única coisa que me deu pena no trabalho dos jornalistas brasileiros (sim, o sentimento já é de pena, o que para mim é pior do que indignação...) foi terem-se esquecido de destacar o trabalho de um português, também candidato numa categoria idêntica à do brasileiro...

Troca de correspondência

OS TEXTOS QUE SE SEGUEM SÃO TROCAS DE E-MAILS QUE FIZ ESTA MANHÃ COM UMA PESSOA QUE COMPROU O MEU LIVRO E COSTUMA CONSULTAR O BLOG. VAI SER UM POUCO LONGO, MAS ACHO QUE VALE A PENA CONHECER ESTAS OPINIÕES...

J.B., escreveu-me uma mensagem intitulada "Pois é", e dizia o seguinte:

"'A companhia aérea noruegesa Braathens inaugurou na passada sexta-feira, dia 6, a linha área entre Lisboa e Oslo, tendo convidado vários jornalistas e outras personalidades para fazerem a viagem inaugural e visitar a cidade de Aalesund, a capital do bacalhau e da 'Art Nouveau', onde o Presidente Jorge Sampaio estivera dois dias antes'.

Desde quando é que os jornalistas são 'personalidades'? Que têm um estatuto que lhes permite dizer alegremente as maiores enormidades já se sabia, mas a presunção já chega aí?

A propósito: Li o seu livrinho e não entendo porque acha estranho que não o refiram (e quase diminua quem o recebeu e não se dignou fazer uma crítica - boa, claro.... É que não tem o interesse apregoado pelo autor e, se pretendia ser sério aquele tanga das 19 horas do Durão Barroso tira-lhe logo qualquer crédito. Com a agravante de ter um textozinho do Joaquim Letria que, abusivamente, o compara a jornalistas que fizeram investigação SÉRIA e sofreram por isso - o que não é obviamente o caso. Trata-se da apresentação de teorias que embora possam fazer algum sentido aqui e ali no cômputo total davam para argumento de Banda Desenhada.

No que me diz respeito quando me perguntam que livrinho é aquele com um título tão sugestivo (isso concedo-lhe...) digo que é um balão de ar frio e recomendo vivamente a NÃO LER.

E constato que o autor do livrinho é o jornalista que deixou mensagem no MuitoMentiroso pedindo lhe dessem informações - e também reconheço que esta novela da Casa Pia vai dar azo a várias histórias... E quando formulou as famosas 'perguntas que o MuitoMentiroso não faz', afinal (como o livrinho) não queriam dizer nada, sendo certo que quem as leu ficou com a ideia que o Pinto Balsemão estaria metido no assunto, bem como o tal Ministro dos Negócios Estrangeiros... e afinal era só engodo para o livrinho...

Queira aceitar os meus cumprimentos"

A minha resposta foi:

"Caro J. B. [coloco apenas iniciais, mas estava identificado um nome]

Muito obrigado pela primeira crítica séria e severa ao meu trabalho.
Isso muito me agrada, porque já estava farto de tanto consenso, quando na realidade o que pretendia era provocar a discussão...
Sobre aquilo das 'personalidades', deverá reparar que fiz precisamente distinção entre jornalistas e 'outras' personalidades. Sabe que, hoje em dia, há jornalistas que atingem o estatuto de personalidades, face à mediatização desta sociedade. O que é pena...
Realmente, quando estava a escrever 'personalidades' lembrava-me de pessoas que também foram na viagem como a Bárbara Elias, Alexandra Fernandes, um par de cônsuls e duas jovens actrizes de novela cujo nome não me recordo agora... Não o deveria ter feito com aquele ênfase, posso concordar, mas não deixam de ser 'personalidades'. Como todos nós que temos características individuais.
Não pretendia nenhuma crítica boa, a dizer que eu sou o maior por ter feito descobertas evidentes...
Sobre o texto do Joaquim Letria, entendo quando ele faz aquelas comparações e concordo consigo quando diz que são exageradas, pois a minha investigação em nada se pode comparar com os exemplos citados. Contudo, fiz uma coisa que é inédita em Portugal: investiguei até onde me foi permitido. Fisicamente e financeiramente. Todo aquele livro foi pago por mim, que já não tenho muito tempo, apoio profissional ou conhecimentos e "fontes". Se acha que está fraco, é porque só trabalhei na sua escrita ao fim-de-semana e, durante a semana, das 20 às 23 horas... Sem adiantamento por parte de editor, sabendo que estaria a mexar na merda e que aquilo não iria ter grande repercussão. Mas nunca estaria de consciência tranquila se não o escrevesse. E, depois, era o livro que eu queria ler e não existia...
No fim, acho que fiz um trabalho sério, apesar de achar que dava um bom argumento de Banda Desenhada. Acho piada que diga isso, visto que o livro começou precisamente por ser pensado como uma BD - Aliás, isso deve ser uma alusão à editora Polvo, que até ao momento só tinha editado BD...
A história das 19 horas do Durão Barroso, na sua opinião, poderá tirar credibilidade ao livro. Foi um risco que assumi. Repare que até a coloquei no início da obra, como que a preparar as pessoas mais cépticas. Depois de ler o livro até ao fim, não será que outras pessoas poderão depois encarar aquela história com outros olhos?!
Já agora, gostaria de conhecer a sua opinião sobre a verdadeira notícia do livro. Sobre isso nada me disse. Mas diga-me qual é a sua opinião sobre a maneira como o inquérito ao 'Irangate' foi por água abaixo...
A respeito do 'Muito Mentiroso', reconheço que pedi uma entrevista ao 'senhor'. Sou jornalista, achei que o deveria fazer, não entendo qual é o drama nesta questão e como me diminuirá na minha busca por informações. 'Pede e ser-te-á dado', já se diz há mais de 2000 mil anos... Não recebi qualquer resposta. Recebi agora a sua. Já é qualquer coisa...
Sobre as perguntas que o 'Muito Mentiroso' e o Balsemão. Não acho que seja um 'engodo'. Fiz as perguntas que me pareceram óbvias e que pouca gente conhecia a resposta (fiz a experiência com vários jornalistas e 'outras personalidades' que não sabiam quem tinha sido o primeiro-ministro em 1982). A partir daí, tinha de fazer aquilo. Não o queria fazer, acredite. Fui obrigado porque houve aqui alguém que achou que não valia a pena dizer isso...
Por fim, uma pergunta: posso colocar no blog a sua carta e a minha resposta?
Obrigado pelas críticas. Adoro quando me dão luta... Faça mais!
Um abraço sincero
Frederico

P.S. Sobre o livro não diga taxativamente 'Não ler'. Diga antes qualquer coisa do género: 'Eu li e não gostei. Não o recomendo a ninguém. Agora, quem achar que não tenho razão, que o leia e confira!' Acho que seria mais honesto. Até pode emprestar o seu exemplar, para que a pessoa não vá gastar dinheiro em vão... Mas deixe-o circular, porque apesar de tudo é um livro. Perigoso para algumas mentes, eu sei... E você também sabe. Que eu sei que sabe."

E depois recebi esta mensagem:

"Caro Frederico:

Começo por dizer que gostei muito da sua resposta. Não sei bem porquê, esperava qualquer coisa de disparatadamente violento, mas afinal até concorda com as minhas opiniões!!! Ainda há pessoas de bom senso, e por isso lhe tiro o chapéu (eu, que até gosto de usar chapéu!).

Claro que não me oponho a que publique a minha carta e até lhe louvo a 'coragem' (ou atrevimento?) por se dispor a isso. Começo a pensar que se calhar vou ter de ler o livro outra vez porque afinal a personalidade que está por trás merece que o faça...

Em todo o caso, é pena ser a minha a primeira crítica séria e severa ao seu trabalho, porque sem dúvida merece mais e bem mais atempadas (já agora esclareço que vi a referência no seu Blog, procurei na FNAC do Colombo e encontrei sem dificuldade, já que estava em evidência). Ainda que possa discordar com as conclusões (e não concordo com algumas, que me parecem precipitadas ou infundadas), é evidente que há ali muito trabalho, muita pesquisa e, obviamente, trabalho de tricot (...) para elaborar uma malha que todavia parece apresentar falhas ocasionalmente.

Dou de barato que quando se referia a 'outras personalidades' não se colocava no respectivo 'patamar', e recorda-me um amigo meu que, num jogo, pediam uma frase sobre a relação do homem com o mundo (dava para tudo...) da autoria do próprio ou outro grande pensador. A piada é que tem implícito que quem vai dizer a frase também é um grande pensador...

Estou de acordo quando refere a sua investigação e aí reconheço o mérito do seu trabalho: geralmente o que se faz são opiniões sobre a história ou relatos que não deixam de ser apenas uma visão do autor. No seu caso poderíamos considerar que há apenas uma exposição de factos a partir de notícias conhecidas e daí parte para pistas ou conclusões. Mas a verdade é que no seu caso também pode considerar-se ter havido uma visão dirigida para determinada conclusão, omitindo eventualmente factos e iluminando outros. Não me parece ter sido o caso e entendo que tentou tanto quanto possível ser isento, revelando os factos que se conheciam e interligando-os de forma a que surjam hipóteses eventualmente plausível (uma pena, aquela história das 19 horas... tão inverossímil que tira logo o crédito ao resto do livro: deveria ter sido o último capítulo, a ler como uma mera curiosidade...)

Não, não digo que o trabalho esteja fraco: digamos que está mal alinhavado. Achei piada ao início, aquela história das coincidências, da jovem que foi encontrar no final da viagem e do livro do Astérix (poderia também - como se calhar qualquer pessoa - contar-lhe coincidências incríveis que me aconteceram, contra todas as probabilidades) e era uma boa rampa de lançamento para o que aí vinha: prepara o leitor para uma série de factos que conduzem a uma conclusão que parece improvável (não impossível) mas efectivamente aconteceu e pode bem ter sido por isto ou aquilo. Mas depois aquele primeiro capítulo dá a ideia de que afinal é tudo fantasia... só que não é, ainda que as conclusões possam ser discutíveis.

Curiosamente, não sabia que a editora Polvo publicava Banda Desenhada (ainda que goste...), mas aquela história do DB parece mesmo um argumento de BD...

Quanto a MuitoMentiroso (guardei as 100 perguntas, just in case...) é claro que eles não pretendiam mais nada senão pôr veneno nas águas que se estavam a agitar e não lhes interessava partilhar o que quer que fosse. E as mensagens que postaram (a sua incluída) mais não era que um meio de lhes dar credibilidade, e divulgar outras informações que entretanto os leitores adiantaram. De resto, calculo que recolheram um manancial interessante de informação que não divulgaram... e ora aqui está um bom meio de o conseguir, garantindo o sigilo das fontes (e a falibidade das informações ipso factum)

Por ora basta. Vou voltar ao contacto para a questão do Irangate. Na verdade é o tema mais interessante do livro, e por isso vou reler antes de voltar ao contacto.

Um abraço

J. B."

Saudades da Noruega

E-mail que recebi há pouco a propósito da minha ida à Noruega, e que tenho de partilhar:

"Caro Frederico Carvalho,
Li os seus últimos posts, que se referem à sua estadia na Noruega, e verifiquei
que o sentimento que sentiu após a sua chegada ao nosso 'paraíso', foi o mesmo
que eu senti à cerca de 10 anos atrás quando, visitei esse país.
Por isso não pense que está sozinho...
Um abraço."

20040211

Bagageiros

De regresso a Portugal, vindo da Noruega, eis o contacto com a poluição da cidade cada vez mais entregue aos carros em ruas completamente esburacadas e cheias de merda de cão.
Já sabia que, ao contrário do que acontece, por exemplo, no excelente e tranquilo aeroporto de Oslo, na Portela paga-se 1 euro para termos direito aos carrinhos para as bagagens.
Agora, o que se passou comigo, no dia seguinte, na estação de comboios de Santa Apolónia é que vale a pena contar: Saí do táxi com duas malas pesadas e fui à procura de um carrinho, mas este vinha "acopolado" com um bagageiro, que simpaticamente acompanhou-me até à bilheteira, esperou ainda que eu fosse levantar dinheiro à caixa multibanco - POIS AS BILHETEIRAS DA CP CONTINUAM A EXIBIR, HIPOCRITAMENTE, O CARTÃOZINHO A DIZER "MULTIBANCO FORA DE SERVIÇO" HÁ UMA DATA DE ANOS!!!! COMO QUE A GOZAR COM A NOSSA CARA, VISTO QUE, AO FIM DESTE TEMPO TODO, JÁ PERCEBEMOS QUE O QUE ELES NÃO QUEREM É MESMO A PUTA DA MERDA DO PAGAMENTO POR MULTIBANCO!!...
Na bilheteira perguntei à funcionária se sabia quanto é que deveria pagar ao bagageiro.
Ela olhou por cima do meu ombro, sorriu e disse-me:"Eles têm um preço. Ele depois diz-lhe, mas não sei quanto é". Agradeci a não informação da funcionária da CP em relação ao bagageiro que trabalha naquela estação e fui para a plataforma.
O bagageiro insistiu em ser ele a levar as pesadas malas para dentro do comboio e perguntei depois quanto era o serviço: "Dá-me o que quiser", respondeu.
Meti a mão ao bolso e reparei que tinha três moedas: uma de 50 cêntimos, outra de 1 euro e uma outra de 2 euros.
E quanto é que dei ao homem?
Será que dei só 50 cêntimos? São 100 paus dos antigos... Dá para um café...
Será que dei 1 euro? Já são 200 paus...
Será que dei 1,50 euros. 300 paus?
Não.
Dei-lhe a moeda maior que tinha. Dei-lhe a moeda de dois euros. 400 paus.
E sabem que resposta levei: "É o mínimo!"
"É O MÍNIMO!" - FOI A RESPOSTA QUE LEVEI POR TER DADO A MINHA MOEDA MAIOR!
Enquanto o bagageiro se afastava ainda gritei: "Olhe que no aeroporto o carrinho só custa 1 euro!"
Ao fim de três horas e 15 minutos de viagem - que é outra coisa que, matematicamente, continuo sem perceber porque temos um comboio que atinge velocidades de 200 quilómetros horários e continua a fazer médias de 100 quilómetros horários... - não tive problemas com bagageiros: não havia nenhum para transportar as malas, nem sequer havia carrinhos na plataforma.
Perdi a ligação para S. Bento e tive de esperar mais 10 minutos por um próximo comboio porque não pude correr...
Posso gostar muito deste nosso País... mas nunca iremos progredir como povo enquanto continuarmos a ser tratados como porcaria de cão na rua que só serve para sujar solas de sapatos.
Como merda.

Norge...

A companhia aérea noruegesa Braathens inaugurou na passada sexta-feira, dia 6, a linha área entre Lisboa e Oslo, tendo convidado vários jornalistas e outras personalidades para fazerem a viagem inaugural e visitar a cidade de Aalesund, a capital do bacalhau e da "Art Nouveau", onde o Presidente Jorge Sampaio estivera dois dias antes.
Tive a honra de estar no grupo, o que foi muito bom para poder respirar ar fresco.
A aventura norueguesa começou no aeroporto de Lisboa, onde assisti à recepção ao primeiro avião da Braathens a aterrar na Portela: dois camiões de bombeiros lançaram jactos de água no momento em que o avião passava pelo meio... Era o baptismo em Lisboa.
Durante os quatro dias da viagem, entre sexta-feira e a tarde de segunda-feira, procurei estar o mais afastado possível das notícias de Portugal.
Quando saí de Lisboa não se sabia se Carlos Cruz saía ou não da prisão.
Na noite de sábado, durante o jantar, soube que iria ficar detido e com um detalhe: "Descobriram cartas trocadas entre Carlos Cruz e Bibi em 1982! Eles já se conheciam desde então!"...
Procurei não pensar em nada disto, durante o dia seguinte, enquanto sentia os flocos de neve a bater na cara no convés do "ferry" que nos levou a passear pelo fiorde de Geiranger. O paquete "Queen Mary 2", o maior do mundo e que recentemente esteve na Madeira, deverá viajar até aqui em Julho, quando a paisagem já estiver mais verde.
Quando cheguei a Portugal é que percebi como a distância alterou a percepção dos factos. A notícia sobre Carlos Cruz e Bibi tinha-me chegado com duas verdades misturadas, o que fazia dela uma mentira.
A primeira dizia respeito ao facto do juiz Rui Teixeira ter dito que o episódio da troca de bilhetes entre Carlos Cruz e Bibi, quando estavam ainda na prisão da PJ - onde o apresentador perguntava a Carlos Silvino se ele o conhecia desde 1982 -, poderá ser considerado um exemplo de pertubação do processo.
Depois, segundo parece, Bibi terá já escrito uma carta onde diz ter reconhecido a presença de Carlos Cruz em Elvas. Afinal, muito diferente daquilo que soube na Noruega, onde se dizia que os dois já se conheciam desde 1982...
Enfim, foi bom refrescar a cabeça e não pensar muito naquilo... Só tenho mesmo de agradecer à Noruega pelas suas paisagens gélidas e cinzentas que, paradoxalmente, deram-me mais colorido do que o meu Portugal de hoje.

20040210

De volta...

Estive para fora uns dias.
Fui à Noruega.
Assim que tiver tempo para recuperar contarei algumas coisas... como foram as viagens pelos fiordes e como foi bom não ter notícias da Casa Pia...

20040202

Berço

Guimarães é o berço da Nação e o nome do estádio de futebol é D. Afonso Henriques, o nosso primeiro Rei.
Foi lá que na semana passado faleceu em campo o jogador Fehér, que tanto comoveu o País durante uma semana inteira.
Ontem, depois do jogo Guimarães-Boavista, com aquelas cenas de violência, tudo voltou ao normal neste País.
Há uns largos anos, num Guimarães-Boavista, depois de assistir à reacção de um adepto vimaranense - bem mais velho do que eu -, que após uma qualquer jogada bateu-me nas costas e berrou: "Então agora já não dizes nada?!", o meu pai decidiu que não iria arriscar e nunca mais me levou a ver jogos em Guimarães...
Foi ali, há muitos anos, que comecei a deixar de ir regularmente ver jogos ao vivo.
Ainda hoje, com outras pessoas, a história repete-se em Guimarães.
Está explicado o valor histórico daquela cidade, apesar de conhecer gente que ali vive e merecia melhor sorte do que aqueles exaltados do jogo da bola que pululam de estádio em estádio pelo resto do País.

20040201

Genuína ou genial...

Tenho de voltar ao Possibilidade do Sentir, o alegado blogue da apresentadora cultural Anabela Mota Ribeiro.
Sim, "alegado", porque já falei pessoalmente (se bem que ao telefone) com a própria, que me garantiu não ser ela a autora de tal blogue, apesar de, supostamente, ser feito por alguém que, tal como ela, trabalha na "A Dois" e que, tal como ela, tem como primeiro nome "Anabela" e, tal como ela, também tem a inicial "M" no meio do nome e, tal como ela, usa o "Ribeiro" no fim do nome.
Só que não é ela... não sei se estão a perceber...
Hoje fui ver o "Lost In Translation", um filme que foi agora analisado no tal blogue da "Anabela M. Ribeiro" da cultural "A Dois".
E percebi a fórmula das análises: Se a maioria da malta culta diz bem, ela aproveita para dizer mal. Do que a maioria da malta culta disser mal, ela até é capaz de exaltar o acontecimento.
Ora digam lá se não exactamente isso a cultura ao alcance dos mais desfavorecidos?!
Se a pessoa que assina o blogue não é a Anabela Mota Ribeiro, o que faria dela uma pessoa meramente "genuína", então só merece uma única designação: É um génio!

Daqui a uns anos...

O inquérito à morte do Dr. Kelly, em Inglaterra, foi favorável ao primeiro-ministro Tony Blair, e acabou por atirar as culpas para os jornalistas da BBC.
Vendo aqui algumas histórias sobre o juiz Hutton, que liderou o inquérito, poderemos prever que, daqui a uns anos, a versão dos acontecimentos vai ser diferente.
Basta ver este exemplo:

"Hutton distinguished himself after the Bloody Sunday massacre of civil rights protesters in 1972. He played a key role in the ensuing judicial cover-up called the Widgery Inquiry which absolved British troops of Murder. This miscarriage of justice is only now being investigated by the current Saville inquiry."

Empatas

Ficou tudo na mesma com o empate? Não. O Sporting não ganhou e o FC Porto não perdeu, por isso, a vantagem é toda dos azuis. Sobra-nos a consolação de que nada está ainda definitivamente decidido...