20031104

Portugal não tem serviços secretos

É verdade. Portugal não tem serviços secretos.
Quem o diz é o próprio SIS no endereço da Internet:

"Os 'serviços secretos' são, por definição, aqueles sobre os quais se ignora a sua própria existência. Ora, não é isso que sucede com o SIS, que foi criado por um diploma legal e cuja existência é do conhecimento da generalidade dos cidadãos. Além disso, as suas atribuições e competências encontram-se reguladas por lei e a indigitação do seu Director-Geral é precedida de uma audição parlamentar, com ampla publicidade. E a circunstância de o SIS possuir esta página na Internet afasta, desde logo, a sua caracterização como 'serviço secreto'. O SIS é, isso sim, um serviço que produz e recolhe informações necessárias à segurança interna da República Portuguesa e cujas actividades são consideradas, para todos os efeitos, classificadas e de interesse para a segurança do Estado."

Eu até tenho muita consideração pelo SIS (A sério. E os rapazes que me conhecem lá sabem bem que eu não sou perigoso).
Podem ler no endereço da Net, por exemplo, que a lei proibe o SIS de fazer intercepção de comunicações. Só em casos de terrorismo ou espionagem.
Por isso, aqui fica o meu aviso a todos aqueles que me conhecem no SIS que têm de ter mais atenção a estas coisas porque no "Público" deste último domingo, no artigo sobre um relatório do SIS a propósito da prostituição juvenil no Parque Eduardo VII, vem lá este parágrafo. Foi sobre isto que eu falei ontem ao telefone, no comboio, quando vinha do Porto... Lembram-se?

"O trabalho de campo do SIS envolveu a aquisição de algumas dezenas de telemóveis, posteriormente oferecidos a jovens prostitutos. As chamadas recebidas permitiram elaborar um perfil dos pedófilos. 'Em Portugal', recorda a 'secreta', 'quem procura e paga os 'serviços' são normalmente homens de condição social elevada, frequentemente estrangeiros (sobretudo ingleses, holandeses e franceses), muitos deles já indiciados ou condenados por crimes sexuais nos seus países de origem'."

De resto, já sabem onde é que vai ser o atentado terrorista do próximo dia 13? (Para quem não sabe ainda, existe por aí uma teoria que segue uma lógica matemática. Vale pelo que vale, mas constata-se que tendo ocorrido o atentado de Nova Iorque a 11/9/2001, seguindo-se depois um atentado em Bali a 12/10/2002, a lógica indica que um próximo grande atentado terrorista à escala mundial será a 13/11/2003).

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Essa é muito boa e vem da terrinha (Diário de Notícias, site abaixo):

Pressões levam Lula a decapitar secreta


PEDRO CORREIA

O Presidente Lula da Silva viu-se ontem forçado a exonerar os principais responsáveis da secreta brasileira, a ABIN, na sequência de pressões feitas pelos principais titulares do poder legislativo e judicial. É, para já, o culminar do escândalo ocorrido com a revelação de que a ABIN - Agência Brasileira de Inteligência - tinha escutado ilegalmente telefonemas feitos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves. A existência de escutas ilegais foi divulgada na última edição da revista Veja, que garante haver outras personalidades também sob a mira da ABIN. O líder do partido da oposição PSDB, Arthur Virgílio, os senadores Tasso Jereissati, Álvaro Dias, Demóstenes Torres e Tião Viana foram igualmente alvos de escutas ilegais, tal como Dilma Roussef, ministra da Presidência, e José Múcio Monteiro, ministro das Relações Institucionais, além do próprio chefe do gabinete de Lula da Silva, Gilberto Carvalho.

Gilmar Mendes e Garibaldi Alves reagiram com rara contundência, deixando Lula sem margem de manobra. "O país vive um quadro preocupante de crise institucional", declarou o presidente do STF, sublinhando que existe no Brasil "uma prática continuada, reiterada, de violação dos termos da Constituição". Na sua opinião, há hoje "um descontrolo no aparato estatal" em Brasília". Gilmar Mendes mostrou-se muito preocupado com a eventual transformação do Brasil "num Estado policiesco".

Garibaldi Alves também apontou o dedo a Lula: "O Presidente terá de tomar providências. Ele tem um papel decisivo no sentido de afastar qualquer possibilidade de que o seu núcleo de poder esteja patrocinando e incentivando isto." O presidente do Senado e o responsável máximo pelo Supremo reuniram entretanto para discutir o assunto, entre clamores da oposição em Brasília, que começa a falar num processo de impugnação a Lula.

O Presidente, que se afirmou "muito preocupado" com o sucedido, procurou esvaziar a crise política exonerando os três principais responsáveis da ABIN: o director-geral, Paulo Lacerda, o director-geral adjunto, José Milton Campana, e o director de Contra-Inteligência, Paulo Maurício Pinto. Paralelamente, o general Jorge Félix, ministro do Gabinete de Segurança Institucional e responsável máximo pela secreta, anunciou a realização de uma sindicância interna para apurar responsabilidades.

As demissões já anunciadas parecem insuficientes. O presidente do Senado não tem dúvidas: Lula "precisa de agir dentro do Governo" para evitar a repetição das escutas. "Com esta gravidade, esta situação é inédita no Brasil", acentuou Garibaldi Alves, deixando claro que a ABIN "terá de prestar contas ao Congresso e à justiça". E rematou com humor: "Presidentes dos dois poderes grampeados [escutados], não dá. Para manter o equilíbrio e a harmonia entre os três poderes, têm que grampear também o outro [o Executivo, de Lula]."

Leia tudo em:
http://www.prensaescrita.com/diarios.php?codigo=POR&pagina=http://www.dn.pt

04 setembro, 2008  

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